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Entrevista com Juliana Loiola, autora do IG "Bela Careca"

  • Foto do escritor: qbrand
    qbrand
  • 31 de out. de 2017
  • 6 min de leitura

Oi Oi meninas, em atenção ao mês outubro rosa, o qual é dedicado a conscientização do câncer de mama, trago para vocês uma entrevista muito especial, com a minha amiga-irmã Juliana Loiola que foi diagnosticada em maio deste ano, na flor da idade (33 anos) com um Câncer de mama, raro e agressivo.


Conheci a Ju quando ainda morava em Curitiba. Trabalhei em um escritório em que ela já era veterana e segundo os outros colegas, ninguém imaginava que poderíamos nos tornar tão amigas, pois éramos opostos. A Ju era muito agitada, seu apelido era "máquina de trabalhar" com ela não tinha descanso, em contrapartida, eu toda zen e da paz hahahhaha mas desse antagonismo nasceu e cresceu uma linda e verdadeira amizade. Nas nossas diferenças, a gente se respeitava e equilibrava, acho que por isso essa amizade é tão especial.


E mesmo com a minha volta para Cuiabá a nossa amizade e o carinho não mudaram. Quando recebi a sua msg com a notícia da doença eu não acreditava, fiquei olhando para o celular esperando a próxima msg com "ah! pegadinha do malandro", mas isso não aconteceu e eu não sabia como falar com ela. Se eu estava sem chão, imagina ela?! Nessas horas vem um monte de porques na cabeça da gente, porque com ela? Ela é tão do bem, merece só coisa boa.... porque? porque?


Quando falei com ela no telefone, em vez de eu tranquiliza-la foi ela quem me tranquilizou. Mas se assim não fosse, não seria a Ju! Ela é assim, forte, guerreira, lutadora, da paz, do amor e depois do diagnóstico ela intensificou todos esses predicados.


Tenho orgulho demais dela. Foi capaz de transformar a dor, em sentimentos de amor, fez nascer uma nova história de vida, e que história minha amiga! Juliana, você é um exemplo de vida e de superação para nós. Te amo muito minha amiga e estarei sempre, mesmo de longe, torcendo por você.


Hoje a Ju dá palestra, participa de campanhas sociais e abriu o IG @belacareca como forma de ajudar outras mulheres que estão passando pela mesma situação.


Convido vocês a conhecerem um pouco dessa linda história.

1 – Conte-nos um pouco sobre você, como era a sua vida antes do diagnóstico?

Meu nome é Juliana Mandeli Loiola, tenho 34 anos, sou casada e advogada. Sempre levei uma vida muito corrida, conciliando uma rotina de trabalho exaustiva, estudos e uma vida social agitada. Sou daquelas virginianas típicas, perfeccionista e exigente em tudo aquilo que eu fazia, especialmente com o meu trabalho.

Toda essa cobrança e correria do dia a dia faziam com que restasse pouco tempo pra cuidar de mim e da minha saúde, até que um fato mudou completamente a minha vida. Fui diagnosticada com câncer de mama no auge dos meus 33 anos.

A partir de então eu mudei completamente meu olhar em relação à vida! Minhas prioridades mudaram, passei a viver cada momento como se fosse o último e a valorizar ainda mais o que realmente importa na vida, a família!

2 – Como foi a descoberta do câncer de mama?

No dia 13 de maio de 2017, ao passar hidratante no corpo após o banho, notei um nódulo no meio seio esquerdo. O mais rápido possível, procurei meu ginecologista para realizar os exames e quando os resultados vieram houve a confirmação de que se tratava de um câncer de mama de um tipo raro e bastante agressivo. Naquele momento eu jamais poderia imaginar que aquele toque salvaria minha vida.

2 – Qual foi sua reação ao receber o diagnóstico?

Fiquei em estado de choque. Eu não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo comigo. Como alguém saudável e tão jovem como eu poderia estar com câncer de mama? Só poderia ser um equívoco! Somente com o passar dos dias é que eu fui aceitando tudo o que estava acontecendo e a partir daí decidi que seria forte e não deixaria o tratamento atrapalhar a minha vida.

3 – Como seus familiares receberam a notícia?

Foi muito difícil para os meus familiares aceitarem, acho que até mais difícil do que pra mim mesma. Todos ficaram muito abalados, especialmente minha mãe e meu marido. Desde o início, me mantive forte por eles.

4 – Como passou a ser o seu dia a dia a partir de então?

Tentei manter minha vida o mais normal possível, mas foram necessárias algumas mudanças em razão do tratamento. Mudei minha vida pra melhor, reduzindo o stress, a carga de trabalho e incluindo uma alimentação equilibrada e atividades físicas regulares. Tudo isso tem sido essencial para o sucesso do meu tratamento.

5 – Qual foi o tratamento indicado para o seu caso?

No meu caso foram previstas 12 quimioterapias brancas e 4 vermelhas. Neste momento já fiz 13 quimioterapias, 12 brancas e uma vermelha. Após será feita cirurgia e talvez sessões de radioterapia. Regi muito bem ao tratamento, tive poucos efeitos colaterais e os resultados foram excelentes. Na minha sexta sessão o nódulo praticamente já havia desaparecido e então todo o medo se transformou em esperança e otimismo.

6 – Os efeitos colaterais causados pelo tratamento e a perda de cabelos afetaram sua autoestima?

O momento da queda do cabelo foi muito difícil. No início fiquei muito chateada e achei que não sairia mais de casa até que meus cabelos voltassem a crescer. Mas a minha reação no momento que raspei o cabelo foi uma grande surpresa pra mim mesma. Diferente do que eu imaginava, senti um grande alívio quando me olhei no espelho e continuei me sentindo bonita e ainda mais forte. Naquele momento eu vi que aquilo era tão pequeno diante de tudo que eu estava enfrentando e que as minhas prioridades haviam mudado completamente.

7- Qual é o seu conselho para as mulheres que estão passando pelo tratamento?

Meu conselho para as mulheres que estão em tratamento é que se amem ainda mais. Não é a falta do cabelo que vai tirar o nosso brilho, ele vem de dentro de nós. Não se esconda, capriche no look, na maquiagem e você continuará linda mesmo durante o tratamento. Após a minha 8ª sessão de quimioterapia eu até fiz um book e amei o resultado!

7 – O que mudou na sua vida após o diagnóstico?

As minhas prioridades mudaram completamente após o diagnóstico. De agora em diante a minha saúde vai sempre estar em primeiro lugar. Menos trabalho, ego, cobranças e mais saúde, lazer, momentos em família e com os amigos.

8 – Quando e como surgiu a ideia de criar o Instagram Bela Careca? Qual é o objetivo do perfil?

A ideia surgiu de uma grande amiga minha a Priscila Driessen que, inspirada na forma leve como eu venho encarando meu tratamento, me incentivou a divulgar e assim ajudar outras mulheres que estão na batalha contra o câncer.

Então juntas criamos o instagram @belacareca que tem o intuito de trazer experiências, informações úteis e principalmente ajudar a elevar a autoestima das mulheres nesta fase tão desafiadora. O @belacareca não é apenas pra quem está em tratamento, mas também pra quem está precisando de um incentivo pra enfrentar os desafios da vida.

9 – O que te levou a passar a fazer parte de projetos sociais e campanhas de prevenção do câncer de mama?

Após a descoberta do diagnóstico eu percebi que era um dever meu alertar as.mulheres que o câncer é um perigo real e que pode atingir qualquer uma de nós.

As mulheres em geral acreditam que o câncer de mama somente atinge aquelas com idade mais avançada ou com histórico familiar. Mas isso não é verdade, o câncer atinge todas as idades e apenas 5% deles são genéticos.

Ao meu ver, mulheres jovens estampando as campanhas de prevenção é uma forma de alerta para as mulheres, um verdadeiro choque de realidade.

Além da página no instagram, fiz alguns vídeos para divulgar uma ONG de apoio a pacientes com câncer chamada Humsol. Tenho também participado de palestras, campanhas de prevenção e quero continuar fazendo esses projetos após o término do tratamento.



A história de Ju foi um baque para mim, confesso que eu era daquelas pessoas que "acha que nunca vai acontecer".


Depois daquele telefonema, além de rezar muito para ela, minha primeira atitude foi marcar um médico para fazer exames. Por isso fico o alerta para nós: vamos nos cuidar, nos tocar e fazer exames. Qualquer uma de nós pode ter essa doença, independente da idade ou da forma como ela a vida!


E sigam a Ju @belacareca uma história linda dessa merece ser compartilhada.


bjokas Mila

 
 
 

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