Educando Meninas de James Dobson!

O livro Educando Meninas é a versão feminina do livro “Educando Meninos”, muito conhecido, ambos escritos por James Dabson, fundador da organização Foco na Família.

Aliás, foi através de uma amiga, mãe de menino, que estava lendo o livro, que conheci a versão para meninas.

O livro é muito interessante e aborda temáticas no âmbito psicológico, biológico e afetivo das meninas, desde a infância até a vida adulta. Ou seja, é um daqueles livros para se ter na cabeceira do cama, pois de tempos em tempos, vale a pena folheá-lo.

Uma das partes que achei mais interessante, talvez até pela fase que a minha pequena se encontra, foi sobre desenvolvimento emocional das meninas na primeira infância e o papel crucial que o pai tem neste processo para a construção de autoestima e segurança. Com exemplos de outras famílias o autor demonstra a diferença entre o papel pai e o papel mãe para uma menina.

Num desses relatos ele fala da seguinte experiência: numa sala encontravam-se meninas brincando, em um determinado momento a mãe entra nessa sala. Nada muda, as meninas continuam brincando normalmente. Posteriormente entra o pai e a reação delas é totalmente diferente. Elas não só percebem que o pai está ali como tentam de alguma forma chama-lo a atenção. Elas precisam da atenção e da aprovação do pai. Por isso, quando sua filha quiser demonstrar algo para o papai, faça-o parar o que está fazendo, por mais importante que seja, e peça para que preste atenção na sua filha. A aprovação é de extrema importância para o desenvolvimento da autoestima e segurança.

Sabe aquele papo de que o pai é o primeiro amor da filha? É bem por aí!

Outra passagem que achei muito interessante, foi sobre a discussão de brinquedos de meninas e meninos. Mais uma vez, ela relata um acontecimento familiar que me fez refletir muito sobre o assunto. Dabson conta que uma mãe que acreditava que a filha devia brincar com brinquedos de meninos, deu para filha um caminhão de bombeiros, certa de que brincaria de carrinho como os meninos fazem. Mas, ao entrar no quarto da filha se deparou com a seguinte cena: a filha estava brincando de "mamãe e filha" e ninava o caminhão. Intrigante né?!

Acredito sim que não devemos separar cores, brinquedos e/ou brincadeiras por sexo, mas temos que ter a sensibilidade de pensarmos que meninos e meninas são diferentes na essência e que eles nunca brincarão da mesma forma ou terão a mesma atitude em relação àquela brincadeira.

O livro também traz a influência da sociedade na formação das meninas, especialmente na transição para a adolescência, momento de suma importância, e que segundo o livro, em regra os pais, que são uma referência para as meninas, se afastam. O livro traz vários relatos de meninas que crescerem sem a presença afetiva do pai e as consequências emocionais para essas meninas. Emocionei em vários destes relatos.

Questões como sexualidade, relacionamentos amorosos, sexo, amizades, transtornos alimentares, a busca pelo corpo perfeito, pressão dos colegas e do estudo também são tratadas pelo autor.

Nessa parte, confesso, que achei um pouco exagerado, talvez por ser escrito por um Americano que vive em outra cultura. Mas, ele contou de um baile que me chamou muito a atenção. É chamada de o “baile da pureza”, como se fosse o baile de debutantes aqui, mas o foco é o resgate da família, do pai e dos valores morais. Nesse baile a menina, que acaba de despontar para a adolescência, não tem uma noite com o príncipe encantado, mas sim com o papai dela. Segundo uma das fundadoras do baile; “Se as garotas se sentem belas e queridas por seus pais, não vão sair procurando o amor com qualquer rapaz”. O que faz todo sentido, mas repito, achei exagerado, começando pelo nome. kkkk

Em que pese os trechos extremistas a leitura vale a pena, ele traz excelentes reflexões sobre criação e educação das nossas princesas e reforça a teoria de que pai tem um papel fundamental no desenvolvimento das meninas.

Bjokas Mila

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